Ala do PP ainda tem dúvida se filiação de Riedel será benéfica para o partido

Enquanto adia a decisão sobre o partido que se mudará, quando deixar o PSDB, o governador Eduardo Riedel (PSDB) vai dando a chamada “sopa para o azar”. Embora muita gente aposte na filiação, ele não declarou oficialmente se vai se filiar ao Partido Progressista (PP) e tem convite do presidente nacional, Gilberto Kassab para ingresso no PSD.

O governador tem até abril do próximo ano para escolher o partido, mas uma parte do PP não está interessada em esperar o tempo dele. A reportagem apurou que uma ala do partido cobra resposta imediata do governador e até defende seguir caminho próprio, com voo solo, em caso de negativa.

A demora do governador faz, inclusive, repensar se seria bom tê-lo como filiado. Hoje, Riedel e Reinaldo Azambuja (PSDB) sabem que a eleição para o Governo do Estado passará pela senadora Tereza Cristina (PP), líder de um grupo capaz de causar problemas à parada eleição do Executivo Estadual. Por isso, têm como prioridade amarrar o PP e o PL, de Jair Bolsonaro.

O PL já está praticamente certo, com a filiação de Reinaldo. Agora, falta fechar com o PP. A solução pode chegar com a filiação de Riedel, mas ao mesmo tempo trazer um problema para os planos de quem deseja voos maiores.

O PP tem como interessados no Senado o presidente da Assembleia, Gerson Claro, e o secretário de Infraestrutura de Campo Grande, Marcelo Migliolli. Tereza já avisou o PSDB e Jair Bolsonaro que pretende eleger um senador. A possível filiação de Riedel dificultaria a indicação de um candidato do grupo, porque pela lógica seguida, o mais correto seria abrir espaço para um aliado.

Com Riedel, o PP também teria que abrir mão da indicação de um vice. Como já tem Riedel perto, uma parte dos filiados pensa que seria até bom não ter o governador no partido, o que abrirá mais portas.

O PP, que já era forte, ganhou ainda mais peso na federação com o União, de Rose Modesto. Além disso, trabalha a filiação de Capitão Contar (PRTB). Uma possível candidatura do grupo, com apoio de Tereza, Rose e Contar, poderia fazer o grupo tucano passar por apertos ou, no mínimo, precisar investir muito mais em uma candidatura de reeleição.

Tereza chegou a conversar com o governador no mês passado, durante encontro em uma fazenda no interior. Na ocasião, ficou acordado que voltariam a falar para definir o futuro.

Nesta semana, Riedel participou de agenda em São Paulo e foi elogiado publicamente por Gilberto Kassab. O presidente do PSD fez um post na rede social elogiando Riedel. Ele quer que o governador de Mato Grosso do Sul siga o roteiro dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e Pernambuco, Raquel Lyra, que trocaram o PSDB pelo PSD. Kassab chegou a vir a Mato Grosso do Sul especialmente para fazer o convite, mas Riedel não se decidiu ainda, pelo menos oficialmente.

 

 

ims

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